CHAPECÓ-SC
PROJETO LEITURA NA ESCOLA
JUSTIFICATIVA:
A leitura possibilita a aquisição da maior parte dos conhecimentos acumulados pela humanidade. Mas as pessoas ainda possuem pouco esse hábito, embora a produção de livros venha aumentando. Por razões econômicas e sociais, muitos brasileiros têm contato com a leitura apenas na escola. E é aqui que crianças e jovens podem ser conquistados para o livro, se seus primeiros contatos com a leitura forem interessantes e agradáveis. A leitura e a escrita deficiente estão ligados ao resultado mais visível desse fracasso da escola. Embora exista hoje um movimento do poder público no sentido de equipar as escolas com acervos, é bom lembrar que, para incentivar o gosto pela leitura é formar leitores. É preciso incentivá-las, ajudá-las a compreender textos complexos, o que pode ser feito comentando textos, fazendo perguntas, lendo junto, trazendo informações sobre autores e temas, ajudando a descobrir o significado de palavras etc. Não é difícil imaginar a importância da ação para o incentivo à leitura. Visando aprimorar o ensino e a aprendizagem da leitura na escola e incentivar a leitura, faz-se necessário nós educadores e mediadores para a formação de opiniões realizar ações durante todo o ano letivo para incentivar a leitura na escola.
OBJETIVOS:
- Formar leitores conscientes, participativos e transformadores da sociedade através do hábito da leitura.
- Incentivar uma cultura de valorização da leitura na comunidade escolar;
- Chamar a atenção dos alunos para a diversidade dos textos e para o contexto em que aparecem: imprensa em geral (reportagens, textos informativos, revista de história em quadrinhos), meio literário (poemas, contos, fábulas), tradição oral (adivinhas, trava-línguas, brincadeiras ritmadas, parlendas, canções), propagandas (cartazes, outdoors, folhetos), vida cotidiana ( bilhete, convite)...
- Desenvolver nos alunos o gosto pela leitura e sua competência como leitores, por meio de diversos tipos de textos e atividades diversificadas;
- Criar um ambiente propício à leitura;
PÚBLICO ENVOLVIDO E PARCERIAS
- Alunos, professores e demais funcionários da escola;
- Os professores se envolvem também no sentido de pesquisar materiais para leitura, quando estes estão dentro de sua área de atuação;
- Parcerias com o Governo Federal/MEC através de doações de livros de literatura;
- A escola também faz parceria com o Projeto, sendo que a mesma também adquire livros (principalmente os Infantis) com recursos financeiros próprios através de rifas, doações etc.
REFERENCIAL TEÓRICO
As exigências educativas da sociedade contemporânea são crescentes e estão relacionadas às diferente dimensões da vida das pessoas: ao trabalho, à participação social e política, à vida familiar e comunitária, às oportunidades de lazer e desenvolvimento cultural.
O mundo passa atualmente por uma revolução tecnológica que está alterando profundamente as formas de trabalho e de interação, onde, numa economia cada vez mais globalizada, a competitividade desponta como necessária à susbsistência humana. No afã de auto-superar o homem moderno terminou o século XX em desarmonia consigo mesmo, sem reflexão crítica sobre as suas reais necessidades, as quais deveriam permear o próximo milênio.
Sobre este prisma, torna-se oportuna a discussão sobre as formas de lidar com os novos tempos e, portanto, emergir o discurso sobre a qualidade de ensino nas escolas atentando para a ascensão no nível de educação de toda população e detectando os fatores que possam atender às novas exigências educativas que a própria vida cotidiana impõe de maneira crescente no meio social.
Neste sentido, um dos instrumentos imprescindíveis para uma formação geral e que possibilite cidadãos críticos, autônomos e atuantes, nesta sociedade em constante mutação, seria a prática de leituras variadas que promovam, de maneira direta ou indireta, uma reflexão sobre o contexto social em que estão inseridas, uma vez que o movimento dialético da leitura deve inserir o leitor na história deste milênio e o constituir como agente produtor de seu próprio futuro.
Cunha, citado por MARTUCCI (1999, p.3), explicita que:
“na medida em que tivermos diante de nós uma obra de arte, realizada através de palavras, ela se caracterizará pela abertura, pela possibilidade de vários níveis de leitura, pelo grau de atenção e consciência a que nos obriga, pelo fato de ser única, imprevisível, original, enfim, seja no conteúdo, seja na forma”.
As fracas experiências com a leitura afastam o leitor do contexto social e cultural, faz com que desconheça o que de mais profundo o homem pensou e escreveu sobre si, alienando-se das informações e, conseqüententemente obsta sua participação ativa e efetiva na sociedade em que está inserido.
Por esta perspectiva, obvia-se a necessidade da formação de leitores, pois percebe-se que sua participação no contexto social depende de sua visão de mundo, de seus valores, de seus conhecimentos, de sua reflexão e visão crítica, enfim, da leitura como instrumento do conhecimento.
Diante dos impasses tecnológicos e culturais do final do milênio, a Escola se revela como uma das instituições mais ameaçadas pelos novos rumos da sociedade. Espaço privilegiado do saber, a Escola mantém a escrita da palavra como texto básico no ensino, embora o mundo das imagens virtuais já faça parte da realidade de muitos alunos.
A velocidade das novas linguagens invadiu o cotidiano, atropelando o ritmo harmônico do aprendizado, e ao pretender uma atualização, a Escola assimila o novo sem a devida reflexão. Ou seja, persiste num ritmo de leitura pouco apropriado à formação do pensamento crítico, com as informações e novidades sendo incorporadas de maneira aleatória, sem uma visão científica necessária para a construção do conhecimento.
Na pressa de estar em sintonia com as inovações, a Escola desconsidera o processo formador de aprendizagem, limitando-se a investir na circulação de imagens e deixando de observar a qualidade dos textos que oferece a seus alunos como fonte de leitura, promovido no seu espaço. Priorizando a substituição do conhecimentos por informação, a Escola se descompassa e, sem formar leitores críticos ou incutir o hábito da leitura, prepara mal o cidadão que escreverá o “texto futuro”, que escreverá e perpetuará a nossa história.
Nesta perspectiva, o exercício da leitura transcende, em muito, a utilização de materiais, muitas vezes empregados como modismos em sala de aula. A formação do leitor impõe-se como prioridade a ser seguida, pressupondo a figura do professor como interlocutor ativo no diálogo da leitura, a fim de instigar e promover leitores que estejam à procura de respostas às suas próprias indagações e a desconfiar dos sentidos das letras impostas por textos insignificantes para, desta forma, encontrar nos livros, a fonte de sua sabedoria e inspiração, resgatando a história do conhecimento, tão necessária nos novos tempos, em que as mudanças são rápidas e atropelam o próprio “saber humano”.
O desafio se encontra na necessidade da busca e implementação de mecanismos que propiciem a atração pela leitura na mais tenra idade, na fase da infância, em que a criança está descobrindo seu microcosmo, seu mundo, está despertando para a realidade subjacente e tentando participar desta realidade com suas novas fantasias e descobertas.
Oportuno citar o que, já no século XVII, afirmava o filósofo John Locke:
“(...) deve ser dado à criança algum livro fácil e agradável, adequado à sua capacidade, a fim de que o entretenimento que ela busca a motive e recompense.”
Com o desenvolvimento da linguagem, a força das mensagens humanas aperfeiçoou-se a tal ponto ser imprescindível à sua própria existência. A busca do conhecimento tornou-se imperativa para novas conquistas e para o estabelecimento do homem como ser social, como centro de convergência de todos os outros interesses.
Na busca desse conhecimento, que se perpetua ao longo da história da civilização, percebe-se que quanto mais cedo o homem iniciar, mais cedo germinará bons resultados. Ou seja, a infância como uma fase especial de evolução e formação do ser, deve despertar-lhe para este mundo, o mundo da simbologia, o mundo da leitura.
No que se refere à Escola e aos objetivos da leitura ou ao “Para que ler na escola?”, pode-se afirmar que ainda não existe nos currículos conhecidos e analisados, uma concretização de um pressuposto geral básico, qual seja, o da articulação entre a função social da leitura e o papel da escola na formação do leitor. Se dimensionarmos essa função social como sendo a necessidade do conhecimento e a apropriação de bens culturais, a leitura funciona, em certa medida, como um meio e não um fim em si mesma. Daí a importância do papel da escola em relação à leitura, que é o de oferecer aos alunos mecanismos e situações em que eles “aprendam a ler e, lendo, aprendam algo”.
O conceito básico de leitura, nesse contexto, passa ser então a “produção de sentido”. Essa produção de sentido, por conseguinte, é determinada pelas condições socioculturais do leitor, com os seus objetivos, seus conhecimentos de mundo e de língua, que lhe possibilitarão a leitura.
“Ler histórias para crianças, sempre, sempre...”(ABRAMOVICH, 1994, p.17)
Nesse sentido, a construção do conhecimento, segundo entendimento de alguns autores como elemento principal, se efetivará pelo hábito da leitura, uma vez inserida e enfatizada no contexto escolar. Afinal, é principalmente através da leitura e contação de histórias que os alunos poderão encontrar respostas aos seus questionamentos, dúvidas e indagações, mormente no que concerne aos caminhos por onde permeiam na construção do seu conhecimento, e não apenas vinculados e adstritos a uma metodologia tradicional.
Segundo projeto ABRINQ pelos Direitos da Criança.
“Podemos fazer outras coisas com as histórias, mas temos que saber que estas outras atividades não são ‘momento de leitura’. (destaque nosso) Quando dramatizamos uma história com marionetes ou dobraduras, estamos mobilizando nas crianças outro prazer que não é o de leitura. Estamos estimulando outras áreas do seu desenvolvimento e realizando atividades de teatro, artes plásticas ou semelhantes. Se desejamos, verdadeiramente, atuar para a introdução dos livros e das narrativas e despertar o desejo pela apropriação da leitura nas crianças, temos que enfatizar os momentos cotidianos de troca em torno dos livros e da mediação destes, sem utilizar acessórios e atividades. Quando possibilitamos um momento de livre exploração dos livros - olhar, folhear, ler, reler, passear ou ficar na ‘sua’- nos colocamos a disposição das crianças para acompanhá-las ou contar as histórias, podemos observar uma série de aspectos como, por exemplo, que as crianças são capazes de compreender, pensar e criar muito além do que imaginamos”. (p.2)
Trilhando por essa linha de pensamento, a instituição escolar deve se constituir num espaço que produza conhecimento; todo e qualquer processo de construção deve estar engajado numa prática democrática, onde educador e educando sejam vistos como agentes e sujeitos simultâneos nas relações de ensino e aprendizagem, delineando papéis desprendidos da mitificação unilateral ou seja, valorando a iniciativa à pesquisa, e a superação dos limites em prol de uma atuação positiva, acompanhando a evolução da sociedade em constante mutação.
Dessa forma, apenas para exemplificar, referindo-se especificamente as aulas de língua portuguesa, constata-se, na atual prática pedagógica, a legitimação das diferenças entre os grupos sociais, ocasionados, principalmente, pela dicotomia formada pela língua padrão que é utilizada na instituição escolar, e aquela normalmente utilizada pelos alunos de classes populares, historicamente estigmatizadas como sendo inadequadas.
A transformação das condições de reprodução desse processo, que vem se perpetuando ao longo das gerações, passa necessariamente por uma revisão na concepção de linguagem que encaminha o ensino da língua portuguesa de forma holística, percebendo-a como uma forma de interação entre sujeitos, de maneira a concebê-los como produtores do discurso em contextos sócio histórico determinados, sendo imprescindível tal postura na formação inicial do futuro leitor.
Nesse sentido, a leitura e a escrita são componentes dinâmicos, vinculados a um contexto social que não pode ser reduzido a um aprendizado técnico lingüístico e entendido como um fato neutro e linear, que resulta apenas em palavras e frases desconexas e sem sentido aparente para o leitor.
Assim, ler é produzir sentido, é estar contextualizado no texto, interpretando-o e atribuindo-lhe algum significado. Portanto, torna-se importante a criação de situações para que o exercício da leitura e escrita produzam reações, interação, e construção de subjetividade e conhecimento, não servindo apenas como uma atividade meramente de cópia ou de decodificação dos sinais gráficos, alienando os alunos do contexto em estão
É na leitura, escrita e reescrita de textos significativos, que ocorre a apreensão dos alunos das normas convencionais, sem que ocorra necessidade de memorização de uma infinidade de regras e exceções, próprias de nossa língua portuguesa. Exemplo:
“gibis”, que estabelecem uma estreita ligação com o leitor através do repertório comum e de uma linguagem coloquial. Outros textos, como crônicas, músicas, poesias, charges, transformam-se numa leitura prazerosa e natural, além de levá-los a refletir sobre as intenções subjacentes de cada palavra.
A concretização positiva na escola está no desafio dos professores em olhar para as produções dos alunos com uma visão não somente crítica e que busque os seus erros, ou ainda que atente apenas para a linearidade da escrita, mas sim almejando o significado das suas formas de construção, estimulando o aluno a empenhar-se na realização consciente e divertida de um trabalho lingüístico que lhe faça muito mais sentido.
Assim, com olhar ativo e crítico, através da multiplicidade de linguagem, será possível auxiliar o aluno na construção do conhecimento, que o faça entender-se não apenas como produto, mas, acima de tudo, como partícipe da construção da história da coletividade, e também como agente de transformação de uma realidade que não é estática, mas dinâmica e suscetível `a constantes mudanças.
“A rede afetiva que se estabelece entre todos, através dos livros, abre um espaço no qual cada criança pode expressar-se, ouvir e contar histórias ou ainda ficar em silêncio, sem a necessidade de produzir conhecimentos específicos. Nessa situação as crianças, cada uma de sua maneira, está produzindo conhecimentos, mas não os necessariamente pré-determinados pelo adulto. Ou seja, ela está aumentando seu repertório cultural, seu imaginário, sua linguagem; está tendo possibilidade de escolha de livros e de parceiros para a sua leitura e, além disso, pode conhecer outras visões de mundo e estabelecer relações com sua realidade” (ABRINQ, 1999, p.6).
Nessa caminhada na construção do conhecimento humano, não é de se olvidar a relatividade da importância dos livros didáticos, muitas vezes o único acesso disponível para a maioria do público infantil, sobre o que passaremos a discorrer nas próximas linhas.
No atual contexto social faz-se mister que os professores estejam comprometidos com a literatura, que também tenham ou adotem o salutar hábito da leitura pois, no dizer de Fombeure: “É lendo que nos tornamos leitores”. Então, que leiam por prazer e acompanhem o desenvolvimento dos seus alunos, incentivem o pensamento reflexivo e crítico, capacitando-os a reconhecer os valores subjacentes nas relações sociais, culturais, políticas e econômicas da sociedade, descritas, muito provavelmente, nas entrelinhas da maioria dos bons livros.
Necessário também é a existência de consenso entre professores e alunos no sentido de que a literatura é objeto de lazer e compreensão do mundo que, respeitados os interesses e crenças do leitor, propicia prazer, emociona, alegra, engaja o ser por inteiro na leitura e se transforma em atividade lúdica e cognitiva. Portanto, não é de se pensar em literatura como instrumento de transmissão de normas lingüisticas ou comportamentais. Ela poderá oferecer um vasto horizonte à criatividade e fantasia, levar o leitor ao âmago de suas emoções, mas não deverá ser usada como simples recurso para a aprendizagem de conteúdos educativos.
Tornar o livro um objeto “amigo” do aluno, oportunizando o contato com o belo, com o imaginário e com a arte da palavra, são condições que reforçarão o estabelecimento do hábito de ler por prazer e entretenimento. Alcançados tais objetivos, os demais propósitos referentes a relevância da leitura, virão como conseqüência.
DESENVOLVIMENTO/FUNCIONAMENTO
- A aula de leitura será realizada 1 (uma) vez por semana em aulas intercaladas;
- Nesse horário a escola inteira realiza leitura;
- Cada professor organiza o material que levará para a sala, podendo ser com o tema de sua área de disciplina;
- A Biblioteca da escola permanece disponível para disponibilizar os materiais necessários;
CRONOGRAMA ANUAL
- Abril à dezembro de 2011
CRONOGRAMA PRIMEIRO SEMESTRE
Abril Segunda-feira | Maio Terça-feira | Junho Quarta-feira | Julho Quinta-feira |
04/04 2ª aula | 03/05 1ª aula | 01/06 1ª aula | 07/07 2ª aula |
11/04 3ª aula | 10/05 2ª aula | 08/06 2ª aula | 14/07 3ª aula |
18/04 4ª aula | 17/05 3ª aula | 15/06 3ª aula | 21/07 4ª aula |
25/04 5ª aula | 24/05 4ª aula | 22/06 4ª aula | 28/07 5ª aula |
| 31/05 5ª aula | 29/06 5ª aula |
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CRONOGRAMA SEGUNDO SEMESTRE
Agosto Sexta-feira | Setembro Segunda-feira | Outubro Terça-feira | Novembro Quarta-feira | Dezembro Quinta-feira |
05/08 2ª aula | 05/09 2ª aula | 04/10 1ª aula | 09/11 2ª aula | 01/12 1ª aula |
12/08 3ª aula | 12/09 3ª aula | 11/10 2ª aula | 16/11 3ª aula | 08/12 2ª aula |
19/08 4ª aula | 19/09 4ª aula | 18/10 3ª aula | 23/11 4ª aula | 15/12 3ª aula |
26/08 5ª aula | 26/09 5ª aula | 25/10 4ª aula | 30/11 5ª aula | 22/12 4ª aula |
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| 29/12 5ª aula |
- Durante os planejamentos no decorrer do ano letivo será avaliado/discutido o Projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 4.ed. São Paulo : Scipione, 1994.
ABRINQ. Projeto Biblioteca Viva: a mediação de leitura e as crianças. São Paulo, 1999.
COELHO, B. Contar histórias; uma arte sem idade. 2.ed. São Paulo : Ática, 1989.
MARTUCCI, E.M. Aprendendo a contar histórias. In: _______. Formação de contadores de histórias. São Carlos : UFSCar, 1999.
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