sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Biografia da Professora Irene Stonoga

No dia cinco de abril de 1935, na cidade de Piratuba-SC, nascia Irene Hachmann. Filha de família tradicional da região, sendo seu pai o senhor Edevino Hachmann e a mãe senhora Edith Geraldina Hachmann. Seus pais vieram do Rio Grande do Sul atraídos pelas ricas terras catarinenses, uma vez que eram agricultores.
Aos sete anos de idade, a então menina Irene Hachmann ingressava na escola primária, frequentando na época o Grupo Escolar de sua cidade natal. Quando concluiu o curso primário, matriculou-se no mesmo estabelecimento de ensino para frequentar o Curso Complementar, formando-se assim como Professora Complementarista, aos dezesseis anos de idade, no ano de 1951.
Como era muito dedicada ao ensino, o diretor da escola onde freqüentava, senhor Homero Ramos, a convidou, a título de estímulo para ser Auxiliar de Ensino, atividade esta que desenvolvia sem remuneração. Nessa época (1951), Irene ingressava no Curso Normal Regional, formando-se Professora Regionalista no ano de 1954.
Em primeiro de março de 1954, Irene Hachmann foi nomeada Professora Complementarista, para lecionar no estabelecimento onde estudava, passando assim a trabalhar oficialmente como professora nomeada, recebendo uma remuneração, realizando dessa forma um de seus maiores sonhos o de ser “professora nomeada”.
Em dezembro de 1954, formara-se no Curso Normal Regional. Formada normalista Regional, Irene Hachmann continuava exercendo suas atividades docentes, conquistando a simpatia das pessoas que com ela trabalhavam bem como de seus alunos.
A professora Irene Hachmann, em 25 de janeiro de 1958, casou-se com o Senhor Advino Stonoga, na época contabilista, formando-se após no curso de direito, onde mais tarde passou a exercer a profissão de advogado. A partir dessa data Irene, passa a residir então, na cidade de Chapecó-SC. Dessa união, nasceram quatro filhos: Adriane (nascida em 25/01/59), Adrialdo (nascido em 17/12/60), Eliane (nascida em 03/05/66) e Fernando (nascido em 26/03/71).
Decorrente da atividade de seu marido, Irene Stonoga, transferia sua residência para Concórdia, conseguindo também a transferência do exercício de seu cargo para esta cidade, onde exerceu o cargo de professora na sede do município, no período compreendido de 1960 a 1963.
Em 1964, o casal Advino e Irene Stonoga transferiam-se novamente para a cidade de Chapecó. Em Chapecó, no início do ano de 1964 a convite do senhor Arquimedes Valderedo Davila, Inspetor Regional de Educação, Irene ocupou o cargo de auxiliar de direção na Escola Básica Eurico da Costa Carvalho, por dois anos.
Preocupada com seu aperfeiçoamento e tendo em vista que possuía apenas o Normal Regional, a professora Irene Stonoga, em 1965, já mãe de dois fi9lhos, inscreveu-se no Curso de Normalista do Colégio Bom Pastor (Chapecó), vindo a formar-se nesse curso no dia 11 de dezembro de 1967. Durante a frequência do curso de Normalista, no 2º ano, nascia sua terceira filha.
Como normalista, através do concurso de ingresso, em 1969, obteve lotação no quadro do educandário Professor André Vidal de Negreiros (hoje atual EEB Profª Irene Stonoga) tendo lecionado nesse estabelecimento por dois anos, ocasião em que ocupou o cargo de direção nesse estabelecimento.
Como professora e diretora, Irene Stonoga teve atuação marcante, era responsável e dedicada, apresentava grande capacidade administrativa, sempre pronta para solucionar os mais diversos problemas inerentes ao cargo que ocupava, atraindo dessa forma a simpatia de todos que com ela trabalhavam: colegas, alunos e a comunidade em geral.
Durante a sua vida profissional Irene Stonoga, procurava freqüentar todos os cursos de aperfeiçoamento que eram ministrados em Chapecó.
Em principio de 1971, nascia seu quarto filho (Fernando).
Em princípio de 1973, a professora Irene Stonoga, foi acometida dos primeiros sintomas da doença (câncer). Um ano após, mesmo sofrendo muito em relação a doença, a professora Irene Stonoga se mantinha firme no trabalho.
No princípio de 1975, a doença se agravava, as cirurgias se sucediam, as licenças para tratamento de saúde eram concedidas, mas tão logo Irene se recuperava (parcialmente), lá estava ela novamente no trabalho, acreditando que haveria de vencer a própria doença, superar os obstáculos e realizar uma das tarefas que ela mais gostava – dedicar-se a educação.
Em 1976, o estado de saúde de Irene se agravava, comparecia muito pouco ao seu trabalho mas, sempre que possível vinha ao estabelecimento para tomar conhecimento do seu funcionamento.
Porém, no dia 16 de fevereiro de 1977, falecia a professora Irene Stonoga, deixando entre todos que a queriam bem uma imensa saudade, que nem mesmo o tempo conseguirá apagar tendo em vista ser ela uma pessoa batalhadora, competente, que não mediu esforços em prol da educação e , principalmente pelo estabelecimento que dirigia, a Escola Básica André Vidal de Negreiros, hoje atual Colégio Estadual Professora Irene Stonoga.
Hoje, verificando a história da escola, observa-se que Irene Stonoga, além de dar nome ao estabelecimento, teve contribuição relevante para a construção da mesma.

Histórico da EEB Irene Stonoga

A EEB Irene Stonoga foi fundada em 01 de abril de 1962, com o nome de Professor Heriberto Joseph Mueller. Aprovada através do decreto nº 1324 de 16/04 de 1962, funcionava com turmas de 1ª a 4ª Séries.
Em 1963 passou a denominar-se Escola Reunida André Vidal de Negreiros em homenagem a esse soldado que lutou contra aos holandeses na Insurreição Pernambucana (1645-1654), quando mobilizou tropas e meios nos sertões nordestinos.
Nessa época, o estabelecimento de ensino funcionava com o primário (1ª a 4ª séries), em dois turnos de trabalho, com quatro turmas no matutino e três turmas no vespertino, para atender essa demanda havia dez funcionárias. O prédio era de alvenaria com quatro salas, um gabinete, uma cozinha, uma biblioteca, seis banheiros e uma área coberta.
As professoras normalistas que trabalhavam na escola eram de excelente tratamento, carinhosas, responsáveis, esforçadas, dedicadas, amigas e pontuais. No exercício do magistério tratavam as crianças com carinho, dando-lhes responsabilidades, mantendo-as ocupadas e bem incentivadas.
O objetivo primordial era de educar para desenvolver a promoção humana, com amor ao bem estar, e felicidade de cada um em si, e de seu semelhante. Buscava-se realizar um trabalho pautado no esforço, dedicação e carinho, procurando sanar as dificuldades, para melhor promoção do aluno, futuro cidadão de Chapecó.
A classe social que envolvia as crianças da escola era na sua maioria baixa, sendo as crianças mal nutridas, utilizavam poucos agasalhos, tinham dificuldades em adquirir materiais didáticos e pedagógicos. No intuito, de minimizar essa situação a comunidade auxiliava através de doações de cadernos e livros pelo Banco do Brasil e muitas contribuições da APP (Associação de Pais e Professores).
O ensino procurava fazer um trabalho de conscientização sobre o bem estar da comunidade municipal; desenvolviam-se trabalhos de pintura infantil e jardinagem; constantemente eram realizadas palestras, pesquisas sobre população, indústria, cultura, comércio, segurança pública; visitas ao centro das rosas.
Para organizar o funcionamento da unidade escolar haviam duas associações com estatutos próprios, eram elas a APP – Associação de Pais e Professores e Clube das Mães. O objetivo da APP era criar condições para integração, escola, família e comunidade; sua função baseava-se no controle de frequência, disciplina, desenvolvimento e alimentação dos alunos, além de organizar promoções com fins lucrativos e beneficientes. O Clube das Mães tinha o objetivo de integrar, colaborar e incentivar a participação comunitária nas promoções; também auxiliava no melhor entrosamento entre professores, mães e crianças e promoviam campanhas e comemorações em homenagem ao dia dos pais, páscoa, dia das crianças. O clube ainda produzia chinelinhos para os alunos e auxiliava no ajardinamento da escola.
Em 26 de fevereiro de 1980, foi aprovada através do Parecer do Conselho Estadual de Educaçãonº 17/80 a troca do nome do estabelecimento de ensino para Escola Básica Irene Stonoga em homenagem a sua diretora que faleceu em 15 de fevereiro de 1977.
Nessa época a escola contava com uma diretora, uma secretária, duas auxiliares de direção, seis salas de aula, vinte professores e quatrocentos e noventa e seis alunos. Funcionavam a associação de pais e professores e clube de mães, como no período anterior, além de funcionar um Centro Cívico Escolar. O objetivo que a escola almejava era: “Não descansar enquanto alguém espera”
Nesse mesmo ano a portaria nº 096/80, de 12 de março de 1980, possibilitou a implantação de 5ª a 8ª séries de 1º grau de forma gradativa. No ano de 1998 a Escola passa a ministrar o Curso de Ensino Médio(Educação Geral) através do parecer nº 77/88 e Portaria E/199/SED de 10/03/98.
Em 2000 através da Portaria E/017/SED de 28/03/2000 a escola segundo orientações da Secretaria Estadual de Educação passa a denominar-se Escola de Educação Básica Professora Irene Stonoga.
Nos tempos atuais a Escola de Educação Básica Professora Irene Stonoga segue diretrizes da Proposta Curricular de Santa Catarina sendo que fundamenta sua ação pedagógica na perspectiva histórico-cultural, na qual o papel da escola, do professor e do conhecimento estejam a serviço da cidadania crítica.